Livro: A Vez da minha Vida – Cecelia Ahern


"E se você tivesse a chance de mudar a sua vida?"
Lucy Silchester é uma mulher que está prestes a completar 30 anos. Com sua vida indo de mal a pior e vivendo em um grande emaranhado de mentiras, ela começa a receber cartas de sua própria Vida convidando-a para um encontro. Ela as ignora o quanto pode, mas num certo dia resolve finalmente se encontrar com sua Vida que, na verdade, é um homem. Ao encontrá-lo ela se espanta com o quão feio, mal cheiroso e descuidado é aquele homem, sua Vida. Mesmo odiando-o, ela o deixa se aproximar lentamente, fazendo-a perceber que um encontro com a Vida pode ser bom, no fim das contas. 

"Como você acha que a vida acontece? Uma série de coincidências e ocorrências tem que acontecer de alguma forma. Todas as nossas vidas se chocam e se batem de frente e você acha que não há nenhuma razão ou rima para isso? Se não houvesse qualquer razão para isso tudo, qual seria o ponto? Por que você acha que coisas acontecem, afinal? Há resultados, repercussões e ocorrências para todos que conhece e tudo o que você diz." — página 139

Cecelia Ahern tem o dom de criar histórias originais e bem desenvolvidas, e com A Vez da minha Vida não foi diferente. Você já parou para pensar em um encontro com sua vida? Na verdade, muitas vezes nossas vidas se encontram em períodos complicados e nos esquecemos dela, daí vem a necessidade de olhar para si mesmo e finalmente encontrá-la, não é mesmo? E falando assim, até parece que este é um livro de auto-ajuda clichê, porém este livro supera esse ponto e vai além. A Vez da minha Vida se trata de um romance muito bem elaborado, metaforizando algo que as vezes é tão real: o encontro com a Vida. 
É uma leitura bem tranquila, sem grandes acontecimentos e fortes revelações, mas com um fluxo bem estruturado. Prende o leitor em alguns momentos, fazendo-o pensar sobre o relacionamento de Lucy e Vida, e analisando as palavras por um ângulo pessoal. Pelo menos, foi isso o que aconteceu comigo. 
Lucy é uma personagem incrível e isso não é por ser perfeita, uma estrela ou qualquer coisa do tipo, pelo contrário, seu charme está na sua veracidade − ainda que ela diga tanta mentira. Eu tenho um certo amor por personagens reais, principalmente quando são bem construídos, e Cecelia Ahern sabe fazer isso. E o fez, não apenas com Lucy, mas todos os personagens desse livro. A história de cada um deles é convincente o suficiente para sustentar cada acontecimento, e isso deixa o enredo bem entrelaçado, sem furos. 
Cecelia Ahern se tornou uma das minhas escritoras preferidas após eu ler Simplesmente Acontece − outro sucesso da autora − mas com esse livro ganhou meu coração e me proporcionou momentos maravilhosos. E não é esse um dos objetivos da leitura? 
Esse é um livro para quem adora o trabalho da autora, quem se encontra em um momento difícil da vida, quem deseja ler algo agradável e até mesmo pensar sobre a vida de um jeito diferente. 
E como dito no vídeo de apresentação do livro da editora Novo Conceito, essa "é uma história encantadora, uma lição DA vida. Leia e surpreenda-se." 

Nova Chance de Recomeçar

Fonte: Melina Souza

Há quem diga que todos aqueles balanços e resoluções de ano novo são bobagens, e dizem isso com o argumento de que não é de um dia para o outro que as coisas irão acontecem. Em partes eu concordo, no entanto não o encaro dessa forma. 
Sabe aquele poema que diz que "quem teve a brilhante ideia de dividir o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial"? Eu concordo plenamente. Um novo ano trás consigo a renovação que precisamos para seguir em frente e nos empurra com a ideia de que ele trará novas chances e novas oportunidades.
É que chega uma hora em que cansamos de tudo e nos perdemos no meio do caminho, então o dia primeiro de janeiro vem e nos faz repensar em nossas vidas e atitudes. Com isso, muitas vezes, vêm as listas de metas, resoluções de ano novo, simpatias e até mesmo novas promessas (que podem não vir a serem cumpridas no decorrer do próximo ano). No entanto, acredito que isso não deve ser encarado como algo ruim, pelo contrário, é apenas um momento de renovação e um momento propício para, quem sabe, um equilíbrio interior. No fim das contas, é aquele momento que você realmente se obrigada a parar e pensar: "como está a minha vida?".
O ano de 2015 não foi um dos meus melhores anos, entretanto ainda não havia parado para analisá-lo. Quando sua última semana chegou eu deitei na minha cama e comecei a pensar sobre isso. Por que não tinha sido bom? O que faltou? O que passou? O que eu poderia ter feito? E finalmente, o que eu irei fazer para compensar tudo o que não me agradou? 
Sou grata por 2015, sou grata pelas pessoas que conheci nesse ano e pelos momentos que pude vivenciar em suas companhias. Gratidão é o que eu tenho pelo ano que passou. E esperança para 2016. 
Espero que esse seja um ano iluminado, abençoado e que eu consiga ir em busca de todos os meus objetivos – que não são poucos. Entendo que a lista de metas que escrevi e guardei no meio de um dos meus livros me servirá como um pontapé essencial para as novas mudanças que desejo ter, não exatamente algo à que eu tenho que me prender. 
O importante mesmo é termos coragem de fazer desse um ano novo de verdade. Feliz Ano Novo!

Livro: Primeiro Amor – James Patterson

Foto: Larissa Carvalho

Axi Moore é uma garota tímida, inteligente e sem muitos amigos. Após a perda dolorosa de sua irmã mais nova, sua mãe saiu de casa e a deixou morando apenas com o pai alcoólatra. Certo dia, Axi decide que quer fugir de casa junto de seu melhor amigo, Robinson. Então planeja todos os lugares que eles desejam conhecer e acaba percebendo que não têm muitas coisas para deixar para trás.
Robinson, que é quase o oposto de sua amiga, também não tinha muito o que deixar para trás. Havia largado a escola já há um tempo e morava junto de seu tio. Adorava carros, músicas e não tinha nada de certinho. Talvez por isso é que não tenha pensando muito e logo aceitou a proposta de Axi. 
Juntos eles embarcam na melhor aventura de suas vidas. Infringindo regras, descobrindo novos sentimentos, conhecendo novos lugares, e se apaixonando ainda mais um pelo outro. No entanto, até mesmo os romances mais bonitos podem passar por turbulências e obstáculos. Mas ainda assim Axi e Robinson invadem nossos corações e mostram que o primeiro amor consegue lutar até o fim. 

Ganhei este livro como presente de aniversário e comecei a lê-lo logo em seguida. Primeiro Amor é uma obra singela, bem desenvolvida e tem a capacidade de tocar nossos corações. E ainda que existam tantas outras histórias com este mesmo tema, James Patterson conseguiu desenrolar sua trama de uma forma simples, cativante e instigante. 
A história é narrada por Axi – em primeira pessoa – e por meio disso é possível conhecer mais a personagem e seus sentimentos, tornando a leitura mais aconchegante e nos fazendo sentir quase o mesmo que ela. A linguagem utilizada é bem acordada à idade dos personagens e bastante acessível. 
Primeiro Amor me encantou pela simplicidade, entretanto, ao decorrer do livro, vários sentimentos tomaram conta de mim e por fim a obra teve grande impacto sobre mim, isso porque Axi e Robinson possuem uma revelação por trás da fuga. 
Fugir de casa é algo complicado e eles percebem isso ao logo da aventura, mas ao mesmo tempo é perceptível o crescimento que eles têm no decorrer de tudo. O autor construiu os personagens perfeitamente, a ponto desse amadurecimento ser visível ao avançar na história. Além disso, a própria história foi escrita sensacionalmente, deixando o leitor com perguntas instigantes e quem são respondidas à altura. 
Vale lembrar que o autor baseou-se em sua própria história com Jane Blanchard, o que torna o enredo ainda mais emocionante. 
Primeiro amor é um livro leve, com uma leitura fácil e rápida. Comecei sem grandes expectativas e terminei de ler com lágrimas nos olhos, ainda que estivesse no meio de várias pessoas. Vale a pena essa leitura!

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